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“As pessoas têm trabalhado como se trabalhavam há 30, 40, 50 anos atrás. E os processos de construção mudaram. Se passou muito tempo tentando entender como melhorar os produtos e pouco se pensou em como melhorar os processos”.
Esta é uma das frases que poderia resumir nossa conversa com Master Internacional em Gestão de Projetos na Construção de Zigurat (edição em português).
Bruno tem boas referências de como o setor tem funcionado nos últimos 50 anos. Seu avô, pai e mãe, como ele, também são engenheiros civis. Mas não termina aí: sua irmã, Paula Mota, também é arquiteta e engenheira (alguns de vocês talvez a conheçam do Master BIM Management da Zigurat, onde atua como professora - também será no novo master liderado por seu irmão).
Ciente dos desafios que o setor enfrenta, Bruno tem bastante claro qual debe ser sua missão como novo diretor: "formar os profissionais em diferentes ferramentas e tecnologias que permitam uma gestão mais moderna, combinando melhor as informações e envolvendo a todas as pessoas para garantir o sucesso no final da empreitada".
Bruno Mota é formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (UFC), e possui MBA em Gerenciamento de Projetos (FGV). Sua trajetória reúne mais de 12 anos de experiência no uso do Lean para o planejamento e construção de obras de diferentes tipologias, incluindo estradas, ferrovias e usinas de energia nuclear. Atualmente ele é Diretor Lean na SIPPRO (Brasil) - sua empresa - e Consultor Sênior Lean na consultoria LogiKal Projects (Reino Unido).
Há cinco anos, Bruno deixou o Brasil para morar na Inglaterra. Um passo que, segundo ele, foi uma grande mudança em sua vida: "A indústria da construção na Inglaterra é completamente diferente da do Brasil. Por exemplo, enquanto no Brasil é mais dependente de trabalho manual, na Inglaterra os produtos são pré-fabricados e requerem instalação. Além disso, na Inglaterra são utilizadas máquinas mais potentes e equipamentos mais modernos, enquanto no Brasil eles são reservados para projetos maiores".
Indústrias muito diferentes, mas que compartilham os mesmos problemas: "Os problemas de gestão são muito semelhantes. Os profissionais precisam de treinamento em ferramentas de gestão para deixar de trabalhar isoladamente.
Bruno Mota, diretor do Master Internacional em Gestão de Projetos na Construção, no escritório de Zigurat em BarcelonaBruno tem bem definido o caminho para o sucesso em projetos de construção: "O ideal seria fazer uma combinação de diferentes metodologias e ferramentas. Se você sabe como combinar PMBOK e Lean com ferramentas de gerenciamento ou ferramentas digitais como BIM ou Indústria 4.0, a mistura é excelente e traz mais eficiência aos projetos".
Da gama de ferramentas e metodologias disponíveis no setor, Bruno considera Lean a sua preferida. Ele a descobriu ainda muito jovem, por volta de 2007, quando estava estudando na universidade. Ele participou de várias palestras e leu vários livros e artigos sobre esta metodologia, e começou a implementar alguns dos conceitos que estava aprendendo no trabalho. Assim, ele descobriu que queria se dedicar a explorar o potencial de Lean no setor.
Tão convicto do Lean, Bruno diz que o aplica até em sua vida diária quase que inconscientemente:
"Organizo a cozinha dependendo da comida que vou fazer. Por exemplo, de manhã eu como torradas, então tenho a torradeira, o pão e os pratos alinhados. E então não tenho que me mover muito na cozinha".
Entre risos, confessa outro exemplo:
"Adoro futebol, e jogava todas as quartas-feiras à noite. Sou goleiro e uso sempre preto. Assim, no início da semana, eu sempre usava roupas escuras para poder colocar uma máquina de lavar roupa na quinta-feira de manhã".
"Projetos complexos, que envolvem muitas pessoas, mas também o meio ambiente, os animais, ou que têm muitas partes interessadas. Quanto mais desafiador o projeto, mais motivado eu fico". Esta é a definição que Bruno Mota nos dá quando lhe perguntamos sobre sua tipologia de projeto favorita.
Não surpreende que ele esteja atualmente trabalhando em um dos maiores projetos de infra-estrutura da Europa: "High Speed 2", uma nova linha ferroviária de alta velocidade que conectará Londres à Escócia em 2030.
Projeto “High Speed 2” onde Bruno trabalha atualmente Projeto “High Speed 2” onde Bruno trabalha atualmenteE falando de projetos complexos, Bruno também nos diz que estava envolvido na construção de um mega-aquário (seria o quinto maior do mundo, mas não chegou a ser concluído): "Eu tive que aprender a trabalhar com elementos aos quais eu não estava acostumado. Passei a entender sobre acrílico, sobre simuladores eletrônicos, sobre como as pessoas se movem dentro do aquário e até mesmo sobre como funciona a pesca e a colocação de peixes".
Aquário Ceará, Fortaleza (Brasil) onde trabalhou Bruno - e que deveria ser o quinto maior aquário do mundo."Ser diretor de um master como o da Zigurat é um passo importante na carreira de qualquer profissional", afirma Bruno. "Os projetos estão se tornando cada vez mais complexos e envolvem cada vez mais pessoas que não sabem como gerenciar informações ou novas tecnologias. Nossa proposta é aproximar o estudante das diferentes metodologias, ferramentas e tecnologias existentes, para que ele ou ela possam aplicar a que melhor se adapte ao projeto".
Além disso, a proposta do curso vem de mãos dadas à paridade entre homens e mulheres. Bruno explica que 50% da equipe de professores do master são mulheres, e que este foi um objetivo que ele estabeleceu para si mesmo desde sua concepção: "Testemunhei várias atitudes sexistas no local de trabalho. Acho que temos que tentar equilibrar a presença das mulheres, seja em grandes projetos, em posições de liderança ou em um master como este".
Nos despedimos de Bruno, que segue sorridente como no início da entrevista. Ele nos assegura que está ansioso para embarcar nesta nova aventura de ser diretor, e que tem certeza que fará amigos, que se divertirá muito e que não só ensinará (mas também aprenderá) nesta nova etapa.
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