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Cinco lições chave de mulheres que redefinem o futuro da engenharia civil

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A engenharia civil, tradicionalmente vista como um reduto masculino, está passando por uma transformação impulsionada por mulheres corajosas e visionárias. Embora representem menos de 30% dos profissionais em ciências e engenharia, de acordo com dados da UNESCO, sua influência nesses campos está se tornando cada vez mais profunda e significativa.

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, optamos por destacar não as barreiras, mas as vitórias e estratégias dessas mulheres que estão moldando um futuro mais inclusivo. Nosso foco está em iluminar o caminho para as novas gerações, mostrando que a igualdade de gênero na engenharia civil não apenas é possível, mas já está em andamento.

Através das experiências e conquistas de cinco engenheiras e arquitetas que também são professoras no ZIGURAT Institute of Technology, descobrimos que a tenacidade, a educação contínua e o liderança feminina são fundamentais para cultivar a engenharia do presente e do futuro.

Esperamos que essas histórias te inspirem e guiem em seu caminho para contribuir com um setor de engenharia diversificado, inclusivo e inovador.

¿Quais estratégias você utilizou para superar o teto de vidro em sua carreira?

Como mulher engenheira civil e arquiteta, enfrentei diversos desafios ao longo da minha carreira. Uma das estratégias que utilizei foi buscar constantemente o aprimoramento profissional e técnico, garantindo que estivesse sempre atualizada com as últimas tendências e tecnologias em minha área. Isso me permitiu destacar-me e ganhar respeito entre meus colegas. 

Para quebrar barreiras e abrir oportunidades tanto para mim quanto para outras mulheres, concentrei-me em construir uma rede sólida de contatos profissionais e mentores. Participar de grupos e associações (como o Women in BIM) que promovem a igualdade de gênero no local de trabalho foi fundamental para obter apoio, orientação e inspiração de outras mulheres que enfrentaram desafios semelhantes. 

Como líder em minha área, fiz questão de advogar por políticas e práticas inclusivas dentro de minha organização. Isso incluiu a defesa de processos de recrutamento e promoção baseados no mérito, sem preconceitos de gênero. Além disso, busquei oportunidades para educar e conscientizar meus colegas e alunos sobre a importância da diversidade de gênero nos campos da arquitetura, engenharia e educação. Isso envolveu a organização de palestras, workshops e eventos que destacam as contribuições das mulheres nessas áreas e destacam os desafios que ainda enfrentamos. A ZIGURAT é uma grande parceira que tenho como destaque nessas contribuições educacionais.

Por fim, duas qualidades cruciais para superar os desafios são a persistência e a resiliêmncia. Embora possamos encontrar obstáculos ao longo do caminho, é importante manter-se firme em nossos objetivos e não desistir diante das adversidades. Ao persistir e demonstrar nossa competência e habilidades, podemos gradualmente abrir portas para futuras gerações de mulheres em nossas áreas de atuação.

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Paula Mota é engenheira civil, arquiteta e urbanista. Consultora Gerente na Assystem, Mentora da Woman in BIM e Diretora BIM na SIPPRO. Na ZIGURAT, leciona em dois mestrados em português: o Master em BIM Management e o Master Internacional em Gestão de Projetos na Construção.

Por que você acha importante que arquitetas e engenheiras visibilizem seu trabalho e o que podem fazer para alcançar isso?

É fundamental que arquitetas e engenheiras visibilizem seu trabalho para promover sua participação, reconhecer seu talento e inspirar futuras gerações. Elas podem fazer isso compartilhando seus projetos em plataformas online, participando de eventos profissionais, mentorando outras mulheres na indústria e contribuindo para criar um ambiente mais inclusivo e colaborativo, onde seu talento e experiência sejam adequadamente reconhecidos.

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Carolina Ramírez é arquiteta e consultora BIM. Fundadora da CRa-HUB, uma empresa com grande experiência em projetos, treinamento, modelagem BIM e consultoria. Na ZIGURAT, leciona no Master em BIM Management e no Master Internacional em BIM Management para Infraestruturas, Engenharia Civil e GIS em espanhol.

Quais são suas referências femininas? Como podem ser incentivadas no setor de engenharia civil?

Existem algumas pessoas que me inspiram e que me fazem almejar ser melhor, de forma que seria até injusto listar aqui de forma solta. Acredito que seja muito mais pela sincronicidade de ideias, das crenças, e para mim, de propósito de vida. 

Admiro as mulheres que tem um propósito no que fazem, seja para serem melhores profissionais, ou mudarem o mundo ao seu redor, com simples ações de organização ou de postura e que repercutem em suas equipes, e nas pessoas ao seu redor, fazendo com que aos poucos elas mudem também. E devo dizer que toda mulher que encontro, troco uma ideia, ou trabalho junto, me trazem referências de bons exemplos de como ser e por vezes, de como não ser também. 

E acredito que seja assim que possamos incentivar mais referências femininas no setor de engenharia, quase como uma reação em cadeia de bons exemplos. Construindo esses espaços, gerando confiança e confiabilidade de forma que a lembrança que fique às pessoas seja a do conhecimento técnico, da postura, da forma como lidam com as equipes, com mais compreensão, mas nem por isso com menos firmeza.

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Melissa Yamada é arquiteta e urbanista, Gerente BIM na TPF Engenharia e mentora no Women in BIM. Foi aluna do Master Internacional em BIM Management para Infraestruturas, Engenharia Civil e GIS, do qual agora é professora.

Por que você acha que muitas mulheres não buscam uma carreira na engenharia e, mais especificamente, em cargos de liderança?

Acredito que se uma mulher sonha em ser engenheira, ela perseguirá esse sonho para tentar realizá-lo, pelo menos nos primeiros estágios de formação. Para dar um exemplo, as promoções anteriores à minha contavam apenas com 2-3% de mulheres, e na minha já éramos 50%.

Para mim, o problema surge uma vez que você já está inserida no setor de trabalho e se complica ainda mais quando você tem uma família, pois todo o peso dos cuidados continua recaindo sobre a mulher. Felizmente, há cada vez mais homens apoiando essas responsabilidades, mas acredito que a mulher sempre coloca sua família à frente de sua carreira, o que provoca a presença de muitos mais homens em cargos diretivos do que mulheres atualmente.

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Isabel Gutiérrez é engenheira civil. Atualmente, é responsável pela implementação de BIM e Digitalização em Projetos na Ferrovial. Na ZIGURAT, é diretora do Master Internacional em BIM Management para Infraestruturas, Engenharia Civil e GIS em espanhol.

Que conselho você daria para as engenheiras civis do futuro?

Eu diria: seja uma profissional desbravadora e multidisciplinar. Nunca pare de estudar, experimentar e ousar. Busque e não abra mão da liderança. Lidere com leveza, valorizando quem está ao seu lado.

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Regina Ruschel é engenheira civil com uma extensa trajetória no meio acadêmico. Na ZIGURAT, leciona no Master em BIM Management.