Blog / BIM & Construction Management

Possibilidades da Integração entre BIM e GIS; o BEP e o Nível Necessário de Informação

Estamos lançando uma série de três artigos de Thiago Rossi Viana, Alumni do Master Internacional em BIM Management para Infraestruturas, Engenharia Civil e GIS. Primeiro, ele abordará a integração GIS e BIM, comentará com base em alguns trabalhos e exercícios desenvolvidos dentro da estrutura acadêmica do programa. Além disso, nesta primeira parte, ele também irá expor a importância do BEP como um documento essencial quando se trata de um projeto BIM.

Integração GIS / BIM


A integração entre BIM e GIS permite, dentre várias possibilidades, a de tomar decisões mais assertivas e produzir fluxos de trabalhos mais detalhados, gerando informação cada vez mais relevantes em todo o ciclo de vida do ativo. É o caso de estudos de viabilidade de ferrovias, como demostrado nas imagens, em que se pode levantar aspectos da área estudada como: a sua localização georreferenciada, a hidrografia, a morfologia, a ocorrência de rodovias e dutos, as áreas indígenas e amortecimento. Vale lembrar que os elementos contidos em cada levantamento não são meras representações gráficas, mas sim elementos com informações individuais. Por exemplo, há como identificar se a rodovia é pavimentada, as características do tráfego, se esta finalizada e outros. Essa integração permite projetos mais inteligentes e, consequentemente, resultados mais eficientes. As informações do GIS já há muito são fundamentais para planejar e operar. E o BIM é uma metodologia que cada vez mais vai encontrando formas de integrar e utilizar com eficiência essas informações. Alguns já falam que no futuro (breve) não haverá mais distinção entre GIS e BIM. Abaixo, partes de um estudo da superfície para a implantação de um trecho de rodovia. Vê-se aspectos como as feições da superfície via imagem de satélite, a delimitação das APPs, das área de mineração e dos riscos de erosão do solo. Uma reunião abaixo das possibilidades de estudo/levantamento do uso e ocupação do solo. Ressaltando somente aspectos humanos da paisagem, ou seja, identificando elementos criados e introduzidos pela atividade humana, vê-se áreas de quilombolas e indígenas (e suas áreas de amortização), assentamentos, áreas dos imóveis, linhas de transmissão, dutos. Tais aspectos são relevantes (se não, determinantes) para, por exemplo, a instalação de obras de infraestrutura (rodovia, ferrovia etc.). Mais que a localização de uma linha no “mapa”, o SIG traz informação (no detalhe). Um quesito fundamental para a integração. O uso do GIS no estudo de superfície gera possibilidades (e facilidades) variadas no desenvolvimento dos projetos. O fato de produzir visualizações com o uso de camadas, de modo a destacar as interferências, por si, já auxilia muito a geração de traçados, loteamentos, planejamentos diversos dentro outros. E se considerar que o GIS traz também a descrição dos elementos demostrados, fundamentais em muitos usos, a ferramenta mostra-se muito pertinente e eficiente.

BEP - Plano de Execução BIM


O Plano de Execução BIM (PEB ou BEP, em inglês) é um documento fundamental que resume os objetivos, responsabilidades e produtos ao longo do processo. Trata da organização e seus recursos humanos, técnicos e financeiros. A eficiência dos processos e, consequentemente do empreendimento em si, esta estritamente ligada às qualidades do BEP. A produção desse documento é uma das primeiras ações a serem tomadas e atualizações e ajustes são feitos durante praticamente todo o ciclo de vida; é específico para cada empreendimento. Uma interessante ferramenta que facilita e promove a produção de um BEP é o PLANNERLY BIM Management Platform. Um ponto fundamental na produção de um BEP é definir o nível de desenvolvimento dos componentes do modelo. Conhecido com LOD (ou ND, em português), reflete a conjugação entre geometria e informação, ou seja, determina o nível de detalhes das informações exigidas pelos elementos. Porém, essa não é uma tarefa fácil. O nível de exigência não é algo definido (por diversas razões) e varia muito dependendo do tipo de empreendimento e até do país em que se esta inserido. Uma alternativa seria exigir o nível NECESSÁRIO de informação para cada caso específico. Exigir informação que de repente não será utilizada ou então não fornecer informação acarretará certamente em dispender tempo a mais para corrigir possíveis erros. Para isso, é muito importante estabelecer desde o início o nível de detalhes NECESÁRIO de informação dos elementos. Por essas e outras que a elaboração cuidadosa do BEP, local para resguardar tal situação, diminui tempo e custo.
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Autor

Zigurat Global Institute of Technology