Compatibilização usando o Solibri Model Checker

Compatibilização usando o Solibri Model Checker

Vamos falar sobre compatibilização usando Solibri Model Checker. Como comentei no meu último post (caso você não está acompanhando a série de postagens, recomendo tirar uns minutinhos para ler os posts iniciais, comece por aqui), começamos o aprendizado de algumas ferramentas donwstream em um processo BIM, como softwares de estruturas, hidráulica, elétrica e compatibilização. O trabalho prático 02 consistia em compatibilizar e verificar se os projetos atendiam às normas e regras pré estabelecidas por meio de um formato de arquivo chamado BIM Collaboration Format, o BCF. Separamos cada disciplina como responsabilidade de um membro do grupo, no meu caso, fiquei responsável pelo projeto de ventilação. O nosso fluxo de trabalho foi indicado na figura.

Controle de qualidade

A parte que achei mais interessante dessa etapa do curso foi a ferramenta utilizada para compatibilização e criação de regras a serem seguidas pelo modelo, o Solibri Model Checker. É um software extremamente útil, que lê arquivos IFC e os compara com regras que variam por disciplinas e projetos, além de contar com uma maneira muito interessante de comunicação dos resultados. Segue um exemplo dos erros e avisos encontrados quando foi rodado o projeto arquitetônico com regras específicas para a verificação desse tipo de projeto.   Algumas regras incluídas nessa verificação foram:

• Interseções de paredes
• Interseções entre paredes e janelas
• Interseções entre lajes e paredes
• Distância máxima entre mobiliário e colunas
• Duplicidade de elementos (duas vigas criadas sobrepostas)

Todas essas regras vêm por padrão e podem ser customizadas a depender das definições do projeto, e a primeira coisa que veio à minha cabeça foi: já posso deletar as checklists de controle de qualidade?

Compatibilização

Além de verificações de conformidade nos modelos, fizemos inúmeras iterações de verificações entre projetos, o que trouxe uma discussão importante: qual projeto tem preferência na hora de uma incompatibilidade ou divergência? Foi interessante perceber que os erros devem ser corrigidos em cada disciplina em sequência, seguindo a hierarquia estabelecida no início (com suas ressalvas) para evitar a geração de novos erros durante a iteração de correção. As verificações entre disciplinas foi feito de duas a duas. No conjunto Arquitetura x Estrutura, por exemplo, verificamos se as aberturas estruturais estão de acordo com as esquadrias do projeto arquitetônico, se esses elementos não intersectam elementos estruturais e se não há obstrução de aberturas pelos mesmos. Em outras "duplas", verificamos distâncias mínimas entre componentes MEP e elementos arquitetônicos e estruturais e requisitos relativos aos ambientes (iluminação e ventilação).

Qualidade do quê?

Normalmente procuramos por erros manualmente, o que pode resultar em mais erros humanos ao não encontrarmos estas inconsitências no projeto. Sendo assim, a automatização desta etapa do controle de qualidade é fundamental para um projeto eficiente e com qualidade. O esforço para colocar em prática esses passos com certeza são justificados pelos resultados e ganhos de tempo e dinheiro no decorrer do fluxo BIM, além de passar confiança para o seu cliente ao demonstrar uma memória dos testes que foram feitos, as soluções tomadas e os retornos gerados. O Solibri Model Checker oferece uma gama imensa de regras que podem ser aplicadas aos projetos e suas disciplinas. Mas de onde vem essas regras? Como eu sei quais devem ser aplicadas para o meu projeto? O próximo post vai trazer um pouco sobre de onde vem os padrões, como seguí-los e como aplicar BIM em um projeto em específico. Fique ligado para saber mais sobre o Livro de Estilos e o BIM Project Execution Plan.