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Blog / BIM & Construction Management
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A minha experiência como professora em várias disciplinas relacionadas com aplicação da tecnologia no processo do desenho mostrou-me que, enquanto docente, há que continuar a aprender para poder ajudar os alunos a descobrir e a superar os seus limites. Acredito que, como desenhadores, o mais importante é conseguir ter um campo de conhecimento muito amplo para poder desenvolver o pensamento crítico para a solução de problemas.
O segredo não está em saber tudo, mas sim em saber onde procurar as respostas. Como disse Plutarco: “A mente é um fogo a ser aceso, não um vaso a preencher” e, como professores, temos a responsabilidade de acender esse fogo a que fará que os nossos alunos sejam os desenhadores e pesquisadores do futuro.
Recordo que na licenciatura em arquitetura, na Grécia, durante os três primeiros anos, tudo era desenhado à mão. Estou quase certa de que muitos alunos de arquitetura hoje em dia nem sequer sabem o que é um Rotring. Fazer desenhos à mão requeria muita dedicação, muita paciência e, principalmente, muito cuidado para não nos enganarmos.
Pouco a pouco, da mão passamos a desenhar com o AutoCAD. Me lembro que, em 2008, comecei a dar os primeiros passos neste software criando espaços 3D utilizando o software Rhino. A integração das tecnologias digitais no processo de desenho, além de nos ajudar a fazer as coisas de uma maneira mais fácil e rápida automatizando muitas tarefas, nos ajudou também a explorar formas novas. No desenho paramétrico, por exemplo, o designer define os parâmetros dentro dos quais pode ajustar e controlar a geometria da sua obra de tal maneira que lhe permita ter inúmeras variações e soluções. De acordo com Patrik Schumacher, o estilo paramétrico surgiu como respostas às necessidades da sociedade pós-fordista. A necessidade da singularidade que surgiu com sociedade industrial, impulsionada pelas exigências do capitalismo em termos de produção e de consumo em massa, levou a que os arquitetos e desenhadores procurassem um novo estilo, a que atualmente se chama desenho paramétrico com programação visual.
“A integração das tecnologias digitais no processo de desenho, além de nos ajudar a fazer as coisas de uma maneira mais fácil e rápida automatizando muitas tarefas, nos ajudou também a explorar formas novas.”
O desenho computacional abriu as portas a mais pesquisa e inovação. Ao mesmo tempo, a intenção dos engenheiros em fabricar geometrias complexas impulsionou o desenvolvimento de ferramentas de fabricação digital. As máquinas de fabricação digital estão controladas por um computador que está programado para fabricar produtos diretamente a partir de desenhos digitais. As formas mais comuns de fabricação digital são a máquina CNC, a impressora 3D e o corte por laser. Esta nova forma de fabricar requeria a procura ou até mesmo a composição de novos materiais.
Todas estas mudanças estão acontecendo agora, nos últimos 15-20 anos. Tendo em conta tudo isto, acredito que vivemos um momento muito crítico. O mundo está mudando e, tanto nós como os nossos filhos, são o futuro e quem deve fazer tudo isto avançar.
Como comentava antes, o mundo está em mudança em muitos sentidos. Por um lado, temos a integração das tecnologias digitais no processo do desenho e da construção e, por outro lado, temos que responder às necessidades que não são as mesmas do passado.
A crise ambiental requer uma mudança de conceitualização de projetos e, obviamente, da fabricação. A indústria da construção já leva muitos anos tentando se adaptar a uma nova realidade. Neste sentido, o curso de Desenho Paramétrico com programação visual não só dá aos alunos a oportunidade de atualizar os seus conhecimentos e trabalhar com as últimas ferramentas e meios digitais, como também lhes dá a oportunidade de revisar e avaliar os seus métodos de trabalho até agora e renovar as suas ideias como arquitetos e seres humanos.
Do meu ponto de vista, um arquiteto e um designer devem refletir sobre o passado e o presente. No entanto, e mais importante, acredito que devem procurar inspiração no futuro para as necessidades que se aproximam. Para isso, acredito que um arquiteto tem que olhar mais além do seu tempo; tem de identificar as necessidades do usuário mesmo antes de que o próprio usuário seja capaz de as identificar. É esta a maneira de pensar que tentamos transmitir aos nossos alunos.
Esta entrevista foi originalmente publicada em maio de 2022, no número 5 da Revista Mosaic da Zigurat. Preencha o formulário abaixo para baixar gratuitamente o número completo. hbspt.forms.create({ region: "na1", portalId: "2908376", formId: "e1cb6b42-51e2-4613-93ec-80bfb0129f33" });Zigurat Global Institute of Technology