Dentre os vários Usos BIM listados na PennState, é possível destacar a ‘modelagem das condições existentes’ como imprescindível para o planejamento e a elaboração de um projeto rodoviário. E o que significa esse termo? Trata-se da elaboração de um modelo tridimensional com o mapeamento do terreno onde o projeto será elaborado.
Para a captura dessas informações em campo existem as seguintes opções de metodologias: levantamento topográfico tradicional, fotogrametria ou laser scanner. Cabe ao responsável pelo projeto, a avaliação do método mais adequado para o caso, avaliando: a extensão do projeto, tipo de terreno, prazo, disponibilidade e o custo-benefício.
Por que essa superfície é tão importante? É que a primeira coisa avaliada em um projeto básico é o balanço de massa, ou seja, qual o volume total de escavação e compactação que esse projeto possui. A partir daí, é avaliada se há compensação de material, necessidade de empréstimo de material (jazida) ou bota-fora. Infelizmente, nos estudos iniciais ainda não se sabe as características dos materiais porque serão necessárias investigações geotécnicas futuras. Porém, na etapa de planejamento do projeto, a informação do balanço de massa é fundamental. Além do mais, cabe ressaltar que o item de terraplenagem tem um peso significativo no custo total da obra.
Dentre as opções mencionadas de captura dos dados, a ideia desse texto é abordar o fluxo de trabalho da metodologia denominada fotogrametria:
Etapa 1: solicitar as autorizações dos Órgãos competentes para a realização do voo com o drone
Etapa 2: o drone é configurado, através do aplicativo no que o acompanha, de forma a capturar as imagens do terreno objeto de estudo (plano de voo)
Etapa 3: é realizado o voo e são capturadas as fotografias
Etapa 4: Essas imagens são transferidas para um computador
Etapa 5: Com um software específico esses arquivos são transformados em um arquivo de malha ou nuvem de pontos, onde é possível manipular, editar e melhor configurar esses dados. O tipo do dado vai depender do objetivo de uso.
Etapa 6: Esse arquivo é importado no software de modelagem de rodovias, onde é possível utilizá-lo para elaboração do estudo básico ou projeto.
Cabe ressaltar que esses tipos de arquivos resultantes da fotogrametria são grandes, sendo necessário de bons computadores para a realização de tal tarefa, ou seja, há um investimento significativo para adoção de tal tecnologia.
A ideia aqui não é promover uma metodologia ou outra, pois cada caso é um caso, e pode acontecer de ser necessária a combinação de tecnologias para suprir tal demanda. Porque, as vezes nem tudo pode ser capturado com uma determinada tecnologia, necessitando de complementações de outra.
Independentemente do tipo escolhido, quanto mais preciso for mapeamento da região, melhor será a qualidade do projeto. pois o resultado será: um projeto mais econômico, assertivo, com uma melhor produtividade e com menores riscos de retrabalhos. A tecnologia é nossa aliada!
Créditos das imagens: Concessionária Rota das Bandeiras e Fernando Pellegrino Martin
Autora:
Solange Gaspar, Engenheira de projetos | BIM | Infraestrutura rodoviária | Inovação. Alumni do
Master Internacional em BIM Management para Infraestruturas, Engenharia Civil e GIS.